quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Não Chove Mais

Sempre solitário, o igualitário não é pra se mensurar,
No meu imaginário as coisas são mais simples do que eu tentar falar.
Meu ego nunca me espelha, mas o super-ego ajoelha sempre que eu tento rezar.

Rezo pra ninguém, tento sempre ver a quem, quem sempre tenta agora me averiguar
Revista, insista, talvez você chegue além ou em qualquer lugar.
Ou talvez torne robusto o arbusto que eu sempre tive que outrora me podar.

Entre risos e verdades, sempre achei poucas maldades que você quisesse se salvar.
Salvação nunca foi crua, sempre quis sua pele nua,
Mas sempre quiseram se acomodar.
Eu e você, sem nem saber. Paramos o bom tempo atoa.

Você e eu, no meio do breu. Paramos pra olhar nosso reflexo na garoa.

Não chove mais.

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Lágrimas Quentes

Minhas lágrimas estão quentes porque já faz tempo que taco fogo em mim.
Minha febre não é de qualquer doença, mas da tristeza que brota no meio, do lado e no fim.

Minhas lágrimas saem quentes, porque talvez eu tenha aprendido a chorar.
Raspei minha cabeça de novo, pra quem sabe em um choro seco eu conseguir me encontrar.

Minhas lágrimas não caem mais porque se tornaram vapor de tão quente que saíram.
Minhas lágrimas não caem mais, porque já foi-se o tempo em que os deuses do fogo me sorriram.

Minha lágrima queima e eu te queimo no meu toque.
Minha sede não comove porque na llágrima quente sua pena escorre.

Akazo

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Por você

Meu sonho colidiu com o seu,
Mas no meio do caminho me perdi,
Já não era mais dono, meu amor próprio já não era mais meu.
Dei ele pra você.

Igual a história dada por um livro,
Igual quando me entreguei como bom amigo
Diferente de tudo que já vivemos,
Ainda não morremos.

Cuida bem das memórias, pra reviver é só lembrar das histórias
Doces ou amargas,
No andar e descer de sacadas,
Te conheci

E no meio do caminho, revivi.
Dos avisos e alertas, se todo dia
Me desperta o interesse
É porque nunca deixei de me interessar.

Akazo

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Procrastinação

Me levantei, tentei dormir
Mas minha cabeça tenta insistir
Em tentar não resolver o que era pra não ter resolvido.

Tentei escrever, talvez ler um pouco dos meus livros,
Mas as palavras me fogem e as vogais me comovem
E eu já não sei o que fazer.

Nos altos dos meus 21, abaixo de lugar nenhum.
Eu tento não parar de tentar.
Eu tento não parar de me olhar.
Eu tento não procrastinar a procrastinação.

O que que eu faço então?

Akazo

Amor Próprio

Eu não tenho mais de mil amores ou um amor que me valha por mil.
Eu não tenho mais de mil sabores, pra poder experimentar no frio, 
Com você.

Lençóis brancos agora te envolvem, e eu me envolvo em não tentar lembrar...
De nenhum dos meus contos de horrores os quais eu já tive que aceitar.

Te desejo o mais quente dos abraços, 
E um espaço que tu possas ocupar.
Sinto muito por decepções honrosas,
E pelo mundo que não parou de girar.

Pois você há de sorrir e eu ainda ei de chorar, 
Você há de viver e eu irei me encontrar.
Eu irei me esquecer e você vai lembrar

De viver... 
De cantar... 
De tentar sorrir e de não chorar. 
Você vai se entregar ao seu próprio amor e eu algum dia me encontrarei, no fato de me amar.
Nos amamos.

Akazo



quinta-feira, 18 de abril de 2019

Dá Sorte

Dá sorte te encontrar nos meus sonhos.
Já que quem vive de sonho é sonhador, eu sou um sonhonauta.
Viajo perplexo pelo sonho dos seus olhos cor de canela,
Dá sua boca abrindo de sono, talvez no outono
Quando e como não lembrar eu nem sei como.
É pior que Ecce Homo.

Se a tristeza te aparece eu rio e te tomo.
Porque dá sorte fazer teu bem,
Dá sorte ser seu e eu meu bem,
Dá sorte cantar na calçada,
Dá sorte ter namorada,
Mas só se pedir música na calçada.
Dá sorte pedir pra não sonhar com nada.

Akazo

Não Me Solta

Se me solta ou me soltei,
Te direi onde errei.
Se me lembro e choro errado,
É por não ter te consagrado.

Se meu canto é que se some,
Foi você quem trouxe o nome.
Se fui eu que me empolguei,
Ontem e hoje chorarei.

Se não falo e não falei,
É porque senti,
Te amei.

Akazo

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Rainha das Borboletas

De Sartre à Marte
Viajar e pousar faz parte,
Filósofo extraterrestre,
Penso que sou.

Vi borboletas de todas as cores,
Vi sua rainha com mandalas de sabores,
Que só o néctar tirou todas as minhas dores.

Vejo o conhaque embebido
Na Camomila que queima em um peito amigo,
Poque em mim o sorriso encontrou abrigo.

De repente bate suas asas,
Transita entre casas
Não se pode confundir com a rainha das fadas,
Borboletas não carregam amarras

Podem até querer o pólen,
Não sabem o que querem ou se podem,
Mas sabem exatamente o que NÃO querem e por onde sobem.

A rainha voa só,
Mas não precisa-se ter dó,
Do barroco ao rococó
Borboletas sabem onde tem
O doce em formato de pó.


O.A

Fome

Deu fome de novo

Mas não é de comida.

Deu fome da sua risada de ida.

Deu fome do seu olhar em volta.

Deu fome do andar da sua resposta.

Me deu fome, de novo.


O.A.

Quem é você?

Meu rosto tem constelações inexploradas,

Meus olhos são galáxias amontoadas,

Meu sorriso é a nave que leva ao seu,

Minhas sobrancelhas são as duas vias da via-láctea,

Eu sou o nexo desconexo, o reflexo sem nexo.

Eu sou o meu universo, eu sou o verso do inverso.

Eu sou eu.